“Cerca de 11 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no Brasil. De acordo com o boletim epidemiológico sobre suicídio divulgado pelo Ministério da Saúde, entre 2011 e 2016, 62.804 pessoas tiraram suas vidas.”[1]
Não fosse esse dado por si só já assustador, há outro que assombra o meio cristão: “Em 2017, três padres suicidaram-se num espaço de 15 dias, dois pastores de uma denominação, um pastor de outra e uma pastora de outra denominação.”[2]
Escrevendo a respeito, a Sepal, em artigo, disparou o intrigante questionamento:
“O que está acontecendo com os que estão na função de cuidado, mas não conseguem administrar suas próprias demandas? Por que pessoas que já ajudaram a tantos, desistem da própria vida?”[3]
Alguns motivos são apontados como: esgotamento físico e emocional, decepções ministeriais, baixos salários e isolamento social.
No campo missionário não tem sido diferente. Ao tratar sobre o tema depressão, o Radar Missionário nos alerta[4] “Inúmeros missionários sofrem quietos a doença do século, isolados em seus ministérios, difíceis e solitários. Quando descobertos, muitas vezes são julgados como fracos morais, ou pessoas de pouca fé. Por causa da falta de conhecimento de muitas igrejas e organizações missionárias, o obreiro sofre quieto com sua condição indetectada, somatizando no corpo inúmeras outras patologias físicas e emocionais. Quando sua condição é descoberta, muitas vezes acaba sendo afastado de seu ministério, perde seu sustento e apoio, sendo até abandonado pela igreja por não saber como lidar com a situação. “
De fato, a pressão é imensa!
No campo, o missionário se não se cuidar, fica só. Distante de sua família e amigos de origem, ensimesmado no ativismo para preencher inúmeros relatórios e brilhar diante dos colegas da missão que se tornam... rivais; limitado à comunidade que assiste onde não pode revelar suas fraquezas, sobrecarregado de atividades (pastor, missionário, conselheiro, administrador, professor, contador, técnico, etc), decepciona-se, esgota-se e tende a desistir da missão, do chamado e até de si próprio.
A questão é complexa e de grande relevância.
Precisamos resgatar nos missionários a consciência de que somos humanos e que, assim como todos os mortais, precisamos cuidar do nosso corpo, alma e emoções[5].
Os tabus, as falsas crenças e as exigências internas e externas; impedem muitas vezes a busca por ajuda, mas o Projeto Caminhando Juntos está disponível para ouvir, com sigilo e atenção, a cada um que nos procura.
Creia: a desistência, do campo, do chamado, ou da própria vida... não é a resposta. Não espere chegar a esse limite. Procure ajuda antes!
Afinal, existem momentos que todos nós precisamos de um Tito![6]
2 Cor. 7.5,6.
Deus te abençoe!
Débora Fonseca - Terapeuta da AMES
Dicas úteis:
1. Cuide do seu sono. Desligue os aparelhos eletrônicos uma hora antes de dormir.
2. Alimente-se bem. Evite alta ingestão de doces, cafeinados e refrigerantes.
3. Pratique alguma atividade física. Caminhada, bicicleta, corrida, academia, etc. procure algo com o qual você se identifique e faça regularmente.
4. Tire tempo de qualidade para si e para sua família. Priorize e desligue o celular nesses momentos.
5. Não se isole!
6. Procure apoio profissional!
[5] Mc. 12.30-34
[6] 2 Coríntios 7.5,6
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